El Niño é um fenômeno climático que ocorre quando as águas do Oceano Pacífico equatorial se aquecem mais do que o normal. Esse aquecimento afeta os padrões de vento e chuva em todo o mundo, causando mudanças significativas no clima.

O El Niño é um fenômeno climático natural que ocorre quando as águas do Oceano Pacífico Equatorial ficam mais quentes do que o normal. Essa elevação de temperatura altera a circulação dos ventos e influencia os padrões de chuva em diversas regiões do planeta — incluindo o Brasil.

Em Porto Alegre, isso significou mais dias chuvosos, solo saturado e rios que não conseguiam mais conter a água.

O gráfico mostra o acúmulo de chuva mês a mês. Veja como 2024 se compara com outros anos — e perceba como os extremos estão se tornando a nova norma.

🎯 Use o menu para comparar com anos anteriores. Que padrões você consegue identificar?

Se El Niño aquece, La Niña resfria. Esse fenômeno é seu oposto direto — e tão impactante quanto.

Quando as águas do Pacífico ficam mais frias que o normal, os ventos e as chuvas mudam de rumo. Enquanto o Norte e o Nordeste do Brasil recebem mais chuva, o Sul pode enfrentar longos períodos de estiagem.

A alternância entre esses dois fenômenos — El Niño e La Niña — ocorre em ciclos de poucos anos, mas ultimamente esses ciclos estão mais curtos e mais intensos. O motivo? Tudo indica que o aquecimento global está por trás disso.

O gráfico ao lado compara, ano a ano, dois fatores fundamentais para o clima de Porto Alegre: a precipitação total anual (barras azuis) e a temperatura média anual (linha laranja).

🎯 Explore o gráfico ao lado para ver como a temperatura média e a precipitação total variaram ano a ano. Procure os anos de extremos e pense: o que mudou nesses períodos?

Essa visualização nos ajuda a perceber como esses dois elementos variam ao longo do tempo — e como, muitas vezes, parecem se comportar como uma verdadeira gangorra climática.

Dias mais quentes não vêm só do ar, mas também da radiação solar.

A radiação solar representa a quantidade de energia que o Sol emite e que chega à superfície da Terra. Em Porto Alegre, os níveis dessa radiação têm aumentado de forma consistente nos últimos anos.

Esse crescimento está ligado a fatores como o céu mais limpo, a redução da cobertura vegetal e o acúmulo de calor nas áreas urbanas. Isso contribui para o agravamento das chamadas ilhas de calor, tornando a cidade ainda mais quente, especialmente durante o verão.

Além do desconforto térmico, o aumento da radiação solar intensifica os efeitos de fenômenos climáticos como o El Niño, impactando diretamente a saúde, o bem-estar e o cotidiano da população.

🎯 No gráfico ao lado, veja como a radiação solar anual tem crescido e compare com a média histórica.

A pressão atmosférica é um dos primeiros sinais de que o tempo vai mudar.

Mudanças sutis na pressão ao longo dos anos indicam transformações nos padrões climáticos. Tendências de baixa pressão podem estar associadas ao aumento de eventos extremos e à instabilidade atmosférica, afetando diretamente a vida nas cidades.

Antes da grande enchente de 2024, as estações registraram sucessivas quedas na pressão — um alerta silencioso de que algo grande estava por vir.

Monitorar esses dados com atenção pode ser a diferença entre prevenção e tragédia.

🎯 Explore o gráfico ao lado para ver como a pressão atmosférica variou nos dias que antecederam a enchente. Procure por padrões e mudanças que possam indicar eventos extremos.

Em 2024, os ventos não sopraram a favor. Literalmente.

Correntes de ar mais fracas e mal distribuídas impediram a dissipação das nuvens sobre Porto Alegre, criando as condições ideais para o acúmulo de umidade na atmosfera.

O resultado? Céu carregado, sensação térmica elevada e chuvas persistentes.

Ventos mais intensos normalmente ajudam a estabilizar o clima, dispersar poluentes e reduzir o calor acumulado. Já a ausência de movimento no ar favorece a formação de ilhas de calor, aumenta o desconforto térmico e dificulta o equilíbrio atmosférico — especialmente em centros urbanos densos como a capital gaúcha.

Além disso, a falta de circulação compromete a qualidade do ar e retarda a dissipação da umidade, criando um ambiente propício para tempestades longas e abafamento extremo. O clima fica estagnado, e qualquer variação térmica pode desencadear eventos severos.

Foi o que vimos em 2024: um ciclo de estagnação atmosférica, saturação hídrica e recorrência de chuvas intensas, que deixou a cidade em estado de alerta por semanas.

O ponto de orvalho indica o momento em que o ar atinge sua capacidade máxima de reter vapor de água. Quando esse limite é ultrapassado, o excesso se transforma em neblina, orvalho, nuvens ou tempestade.

Durante episódios de El Niño, é comum que esse ponto suba — sinal de um ar saturado, onde qualquer leve resfriamento pode gerar condensação repentina e, principalmente, chuvas intensas.

Em 2024, os registros apontaram pontos de orvalho elevados com frequência. Foi um aviso sutil, mas constante: a atmosfera estava carregada e pronta para extremos.

Ignorado por muitos, esse dado meteorológico funciona como um sensor climático natural. Ele antecipa mudanças, denuncia desequilíbrios e oferece pistas valiosas para quem sabe observá-lo.

Nem sempre o perigo se anuncia com trovões. Às vezes, ele está escondido na umidade silenciosa do ar.